A revolução do vinho brasileiro e seus reflexos no Estado do Rio de Janeiro
Tudo começou com uma conversa entre o médico e produtor de café da cidade de Três Corações, em Minas Gerais, chamado Marcos Arruda e o engenheiro agrônomo com mestrado, doutorado e pós-doutorado na França, Murillo de Albuquerque Regina, um pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, EPAMIG.
Essa conversa aconteceu em 2001, quando o Murillo Regina disse que “onde se faz café bom, se faz vinho bom!” e “O que se precisa é de um maluco para apostar neste projeto”. Essas afirmativas intrigaram o Marcos Arruda, que abriu sua fazenda em Três Corações para o Murillo implantar um projeto pioneiro em Minas Gerais. Assim foi criada a premiada Vinícola Estrada Real e seu vinho de estreia foi o Primeira Estrada Syrah 2010!
De lá para cá, muitos projetos foram empreendidos no Estado de Minas Gerais, somando mais de 50 vinícolas atuantes naquele estado.
E o Estado do Rio de Janeiro não poderia ficar de fora. Localizado em uma região conhecida pela sua beleza natural e clima tropical, o estado do Rio de Janeiro também abriga algumas vinícolas que têm se destacado no cenário vitivinícola brasileiro. Apesar de não ser uma região tradicionalmente associada à produção de vinho, como Minas Gerais, o território fluminense vem conquistando seu espaço no mapa vitivinícola brasileiro.
Esse processo, desenvolvido por Murillo Regina se chama dupla-poda. Ao invés de podar a videira em agosto e colher a uva em janeiro, como tradicionalmente é feito no Brasil, poda-se em janeiro/fevereiro e colhe-se em julho/agosto. Desta forma, desvia-se o ciclo da videira do verão para o inverno. Assim, o processo de amadurecimento e colheita da uva ocorre em condições de seca, dias ensolarados e noites frias, caracterizando grande amplitude térmica. “Com isso, consegue-se melhores índices de maturação da uva e melhor qualidade da matéria prima, condições estas indispensáveis para se ter qualidade nos vinhos”, afirma Regina.
Hoje, segundo o pesquisador Rogério Dardeau, que lançará brevemente a segunda edição atualizada de seu livro “Gente, Lugares e Vinhos do Brasil”, existem cerca de 42 projetos vitivinícolas no Estado do Rio.
Hoje, temos em produção e com possibilidade de visitação e compra de seus vinhos as vinícolas Terras Frias em Nova Friburto, Fattoria Terras Altas em Teresópolis, Família Eloy em Areal, Tassinari em São José do Vale do Rio Preto e, a pioneira em terras fluminenses, a Inconfidência em Paraíba do Sul. As castas produzidas por aqui são bem diversificadas como as brancas Sauvignon Blanc, Chardonnay e Viognier e as tintas Marselan, Syrah, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e outras.
Em meu Curso Viagem ao Mundo do Vinho, além de ter informações sobre a produção e prática de degustação, aprendendo como escolher e identificar melhores vinhos, coloco muitas informações sobre esta revolução que está mudando o cenário consumidor no país. Os próximos serão em maio em Niterói e junho no Rio de Janeiro.
E, junto com a agência N Destinos, programo e acompanho mensalmente visitas a estas vinícolas, como parte de um programa de disseminar conhecimento e cultura aos participantes, além de um lazer único que é visitar uma vinícola perto de sua casa! Em 18 de maio vamos a Terras Frias em Nova Friburgo.
Venha comigo nessa aventura que é a Viagem ao Mundo do Vinho!
Luiz Barros – Sommelier, Poeta e amante de vinho
21 99602-6519