Éramos sei, vindos de Colombo (Sri Lanka) indo para Dacca (Bangladesh).
Desembarcamos num aeroporto abaixo da crítica.
Precisávamos de visto a ser tirado na chegada.
Nunca vi tanta zona na minha vida! Passageiros descalços, sujos, com turbantes imundos, barbas imensas e todo tipo de mala e embrulho sendo carregado.
Um filme de terror!
O idioma, então, era incompreensível! Fila pra todo lado. Até que do nada surgiu um sujeito dizendo ser “federal” e querendo ajudar. Opa! Nem tudo está perdido.
O terno dele parecia dos anos 70, dois números acima e uma “moderna” camisa laranja.
A gravata enorme, estilo Odorico Paraguaçu… E o bigode Don Carleone.
Pegou nossos passaportes (agora ferrou!). Achei que fôssemos passar o resto da vida acorrentados numa fábrica de roupas de grife, trabalhando como escravos.
O federal furou a fila e o povo do turbante só olhava, quieto.
Pagamos o visto. Outra fila furada, desta vez para carimbos e finalmente a fila para entrar em Bangladesh.
Então o “federal” juntou os dedinhos e disse: tip tip!
Ou seja, cadê minha gorjeta?
Meu amigo Myrtharistides esqueceu o inglês, as meninas não falavam mesmo, o americano boiou e sobrou pra mim. Dei 10 dólares para o sujeito.
Ele nos colocou na frente da fila de entrada.
Me senti mega mal com a atitude do federal nada legal.
Renato Moreth
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