É MEU!

Saindo do Rio, “lindo, loiro e de olhos azuis”, embarquei no voo da United para Houston.

Chique “nos urtimu”, voando business first, só na camisa social, conheci Vera Lucia.

De cara começamos um papo. Ela, muito simpática, e o avião, gelado (deve ser para matar os mosquitos tupiniquins desgraçados).

Vera, mesmo com um casaquinho de couro, também reclamou do frio e eu resolvi pegar o meu casaco cinza japonês, que combinava com minha mala de bordo cinza e meus cinquenta tons de cinza do cabelo.

 

Renato Moreth

 

Levantei-me, puxei o casaco da mala sem tirá-la do bagageiro e logo ouvi um elogio vindo de Vera.

– Que casaco bonito!

E eu logo expliquei:

– É da marca japonesa Uniqlo e pesa poucos gramas.

Regula a temperatura do corpo, ideal para viajar… blá-blá-blá.

O sujeito sentado atrás queria saber onde ficava a loja. A Sra. ao lado também… virei o “velhinho-propaganda” da loja, até porque “garoto-propaganda” já era.

Sentei-me e veio a aeromoça (nem tão moça) pelo corredor, ainda de salto alto (depois colocam mesmo é um “conga preto” porque ninguém é de ferro).

Abaixou-se, pegou um “pano” preto no chão e colocou na mão de Vera Lucia, sentada na fileira do corredor, que a esta altura já era minha amiga de infância. Ela olhou para aquilo e disse:
– Não é meu.
– Minha cueca! – gritei.

Era mesmo a minha cueca que havia caído da mala.

Fiquei vermelho e foi uma risadinha geral.

Fiz outro discurso sobre a cueca tecnológica para os passageiros, explicando as vantagens da dita cuja.

Renato Moreth

– Pode-se usar uma semana sem lavar! E ideal para acampar, escalada, trilha…

Quanto mais eu falava, mais piorava… ninguém normal fica falando da própria cueca, ainda mais no corredor do avião.

Por fim, até minha amiga que trabalha na United veio a bordo para saber “o que se passava” porque a fofoca já corria os corredores do Galeão.

Tudo isso devido ao meu cuecão.

 

Renato Moreth
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